Roubaste um trago de meu fumo
E disse que a vida sobrevivia num instante
E que a nossa passava distante daquelas
Posou então o corpo no vento
À debruçar no parapeito do tempo
Fez-se por interromper as horas
Por vários instantes inertes
De abraços que viviam com uma força concreta de existência
Na beira da saia que rodaste em noites inteiras
Bebemos de vinhos raros
De afinadas colheitas e tin-tins que soavam em nossas bocas
Boca sedenta de lábios fortes
Que pede
Que agora
Cala por não mais poder dizer
Apenas grunhir como felinos que se amam