Aquelas paredes
Que me ocultaram do frio
Protegeram-me do dia
Ainda guardam o som do meu batuque
O cheiro de minha pele
E a voz dos meus versos
Aquela velha parede
Que eu me apoiava
Quando as doses eram altas
Quando a luz era madrugada
Quando aos prantos chegava
Naqueles cantinhos empoeirados
Ainda há o pó do meu calçado
Na sala vazia
Havia a sombra do meu corpo
Transitando
Com cigarrilha à boca
Fumaça à noite
E pensamento no papel
Mas hoje
Naquele lar
Naquela velha
Velha casa
O que se faz presente
É o corpo escultural da ausência
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