sábado, 11 de fevereiro de 2012

Tu

Roubaste um trago de meu fumo
E disse que a vida sobrevivia num instante
E que a nossa passava distante daquelas

Posou então o corpo no vento
À debruçar no parapeito do tempo
Fez-se por interromper as horas
Por vários instantes inertes
De abraços que viviam com uma força concreta de existência

Na beira da saia que rodaste em noites inteiras
Bebemos de vinhos raros
De afinadas colheitas e tin-tins que soavam em nossas bocas
Boca sedenta de lábios fortes
Que pede
Que agora
Cala por não mais poder dizer
Apenas grunhir como felinos que se amam

4 comentários:

  1. Sinto aqui um amadurecimento da sua escrita e nova fase de blog.
    Com o tempo, ficamos melhores.
    Parabéns!

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  2. Sem a evolução fica sem graça.
    Beijos, inté...

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  3. Zumbido é poesia
    Tesão tensa
    In-tensa zoeira
    Silenciosa e barulhenta
    Que entra, penetra e come
    Entranhas
    Zum-zumbiando poemas
    Na loucura vã do poeta

    Ah! Essa vã poesia
    Plena de paixão e poeira
    Sem eira
    Nem beira
    Na loucura sã do poeta

    Ah! Tristes loucos poetas que somos nós
    Sós, sós
    Sóis, luas?
    Tristes figuras
    Cavaleiros andantes
    Quixotes quixotescamente
    Destemidos
    Midas transformadores
    Dourados vilões
    Zum-zumbizando vísceras
    Desvelando dores
    Desencantando sorrisos

    Só isso!

    Parabéns pela corajosa poesia do blog.
    Grande abraço.
    Amauri Solon


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